Mensagem do Bastonário

  • Augusto Paulino Neto,
    Bastonário da Ordem dos
    Engenheiros de Angola

    Caros colegas,

    Engenheiros, pesquisadores incansáveis, académicos dedicados

    Estimados convidados

    É uma honra e um privilégio, estar diante de tantas mentes brilhantes, mentes que nos próximo três dias farão destes nossos, Congresso Internacional da Ordem dos Engenheiros de Angola e Congresso de Segurança, Saúde Ocupacional e Ambiente, um momento único. Um momento onde como já vem sendo tradição, juntamos a inovação, o engenho e a arte para discutirmos e apresentarmos propostas de soluções, para o futuro da nossa sociedade.

    Quero deixar uma saudação especial , à todos os que vieram de diferentes partes do mundo , deixaram os seus afazeres eprontamente responderam ao nosso convite.

    Responderam ao nosso convite, unidos pelo desejo comum, de impulsionar a engenharia, em prol do avanço social e do desenvolvimento sustentável.

    Os temas destes congressos, reflectem a intersecção crucial entre a engenharia, a transformação inovadora e o impacto directo na vida de cada indivíduo, na nossa sociedade.

    Neste três dias somos desafiados não só a promover a excelência técnica, mas também a incorporar a segurança, os princípios éticos e de responsabilidade social, em cada avanço que concebermos.

    A engenharia transcende fronteiras e desafia limites. É um catalisador de mudanças, um motor propulsor de soluções criativas, para os problemas mais prementes que a nossa sociedade enfrenta. Desde a revolução industrial até a era da digitalização, testemunhamos a evolução da engenharia, moldando cidades, facilitando a comunicação, garantindo acesso à recursos vitais e promovendo a qualidade de vida.

    Nesta senda, a nossa jornada está muito longe de terminar.

    Perante desafios tão complexos como, as mudanças climáticas, a escassez de recursos naturais, a urbanização acelerada e muitas vezes desordenada, a busca incessante por equidade, o advento da 4a. Revolução Industrial e da Inteligência Artificial, com as suas grandes promessas, mas também com as suas ameaças aos empregos, a engenharia assume um papel fundamental na busca por soluções inovadoras e acima de tudo, soluções sustentáveis.

    A inovação é o combustível que impulsiona a engenharia para o futuro. É a capacidade de pensar de forma disruptiva, de questionar o status quo e de encontrar novos caminhos para resolver, não só os antigos problemas da sociedade humana, mas essencialmente os novos e urgentes desafios de todos os dias.

    O que vemos hoje é, um modelo marcado por uma economia linear, um consumismo exacerbado e, com mudanças climáticas que ameçam o futuro da humanidade. Estamos perante um momento que exige de cada um de nós a tomada de consciência de que o nosso modo de estar no mundo, precisa de ser radicalmente reinventado e a tecnologia, por ser um instrumento por excelência da engenharia, aliada a criatividade humana, tem um potencial infinito para desencadear as mudanças tão necessárias e moldar um mundo, mais seguro, mais justo, mais inclusivo e próspero.

    No entanto , a inovação, como vector de prosperidade, por si só não é suficiente.

    Precisamos de conhecer melhor a sociedade em que estamos inseridos , os seus usos e costumes, a sua cultura e percebermos a cada momento, o impacto das nossas criações na nossa sociedade. A segurança e a responsabilidade ética devem ser os alicerces das nossas acções.

    Devemos assegurar que os processos tradicionais sejam revistos, para melhor atender as reais necessidades das nossas comunidades, em busca da maior eficiência energética e de recursos e que cada avanço tecnológico, seja acompanhado por uma avaliação cuidadosa das suas implicações sociais, culturais, ambientais e éticas, como forma de minimizar os efeitos negativos no presente e de cumprirmos a nossa obrigação indeclinável, para com as gerações futuras. Ao olharmos para o futuro, devemos abraçar a interdisciplinaridade, colaboração e diversidade. Nenhuma inovação significativa ocorre de forma isolada. É na intersecção de diferentes disciplinas e perspectivas, que nascem as soluções mais transformadoras.

    Hoje e nos próximos dias, teremos o privilégio de aprender uns com os outros, de trocar ideias e experiências que moldarão o panorama futuro, da engenharia e da sociedade.

    Convido todos vocês a participarem activamente, a desafiarem paradigmas, a explorarem novas abordagens e a fortalecerem conexões que tenho a certeza, transcenderão este evento, num resgate efectivo da engenharia.

    Em nome da organização destes Congressos e no dos nossos parceiros, expresso a nossa profunda gratidão à todas as autoridades presentes, e rogo que fiquem até ao fim do evento.

    A nossa profunda gratidão aos participantes, palestrantes, patrocinadores e colaboradores que tornaram este evento possível.

    Que os próximos dias sejam repletos de debates instigadores, colaborações frutíferas e descobertas que impulsionarão a engenharia à novos patamares, sempre com a visão de construir um mundo melhor e mais seguro para as gerações presentes e futuras.

    Vamos juntos construir e transformar o futuro!

    Muito obrigado.

  • Prezados colegas, ilustres participantes,

    É com grande satisfação e sentimentos múltiplos de orgulho, pela missão cumprida e de gratidão à toda uma equipa de colaboradores extremamente dedicados e, a todos os prelectores, formadores e participantes que encerramos este Vo Congresso Internacional da Ordem dos Engenheiros de Angola que, foi antecidido pelo Congresso de Segurança, Saúde Ocupacional e Ambiente.

    Foram dois eventos num só e que se revelaram dois marcos significativos na partilha e avanço do conhecimento, para a nossa engenharia.

    Como Bastonário da Ordem dos Engenheiros de Angola, estou orgulhoso por ter testemunhado o compromisso e a excelência demonstrados por todos vocês, ao longo destes três dias de intensos debates e intercâmbio de ideias.

    Nestes três dias, mergulhamos numa diversidade de temas cruciais para conhecer ou relembrar, os grandes desafios que as circunstâncias do passado nos legaram como país e como sociedade humana e, os caminhos para enfrentá-los.

    Saímos daqui actualizados sobre os avanços tecnológicos que têm estado a orientar o presente e orientarão o futuro, com os seus inúmeros benefícios e ameaças e, para os quais precisamos de conhecer em profundidade, para beneficiarmos –nos do melhor que podem trazer, para a Engenharia, para os nossos países, para o mundo e mitigarmos os impactos negativos no mercado de trabalho e na sociedade.

    Com a vossa permissão quero relembrar aqui, alguns dos principais temas que tratamos durantes estes três dias de intensos trabalhos:

    os desafios da segurança na era digital, onde reconhecemos a importância de proteger os nossos sistemas e infraestruturas, num ambiente cada vez mais conectado e mais sujeito a ataques, por criminosos cibernéticos ou concorrentes hostis;

    a discussão, sobre a diversificação da economia, a industrialização e o papel da Engenharia, foi igualmente enriquecedora; reconhecemos que, para além do desenvolvimento agrícola e industrial convencionais, poderemos tirar muito mais beneficios, se impulsionarmos sectores diversos e fomentarmos o surgimento de hubs de inovação e de indústrias de ponta, alavancando o conhecimento e competências dos engenheiros, para promover um desenvolvimento robusto, sustentável e inovador, um desenvolvimento perfeitamente acessível à países como o nosso;

    a transição da economia linear para a economia circular foi debatida profundamente, evidenciando a importância de repensar os nossos processos produtivos e adoptar modelos mais sustentáveis, visando a conservação dos recursos e a redução do impacto ambiental, garantindo o direito a um mundo melhor para nós e para as próximas gerações;

    a revolução trazida pela Inteligência Artificial, o Metaverso e os Modelos Virtuais na Engenharia apresentaram-nos um panorama fascinante de inovação e avanço tecnológico, desafiando-nos a explorar o potencial dessas ferramentas para impulsionar a Engenharia e a sociedade, em direção ao futuro, sem descurar o espírito crítico que devemos ter em relação aos impactos que tudo isto pode trazer para os empregos de todos os níveis e à sociedade como um todo;

    Aprendemos que o desenvolvimento tecnológico é importante, mas deve ser balizado pelos reais interesses humanos e não apenas pelos ditames do mercado, que muitas vezes, negligencia os riscos de danos à sociedade, lançando descontroladamente inovações, sem investigar prévia e exaustivamente, os possíveis desastrosos efeitos colaterais;

    os projectos e novos negócios das grandes empresas do nosso país, destacaram a importância da colaboração público-privada e a necessidade de estratégias inovadoras para impulsionar o desenvolvimento económico e social, evidenciando ainda, grandes oportunidades para engenheiros e empresas de engenharia;

    discutimos arduamente sobre inclusão e sustentabilidade, reafirmando o compromisso da Engenharia em promover um ambiente mais inclusivo e equitativo, além da sua responsabilidade fundamental, na busca por soluções sustentáveis para os desafios contemporâneos.

    A formação do engenheiro não foi deixada de fora, com foco na qualidade, inovação, investigação e aprendizagem contínua.

    Finalmente acabamos lançando um desafio para todos nós engenheiros – Zero casas Degradadas até 2038.

    Como podemos constatar o Vo Congresso Internacional da Ordem dos Engenheiros de Angola, veio reforçar a certeza de que a verdadeira missão de nossa organização é ser um integrador, um catalisador e disseminador do conhecimento e, um espaço privilegiado para a troca de ricas experiências entre profissionais de diferentes sectores e países.

    A nossa organização é também um espaço de compreensão holística e sistémica das causas, das raízes dos males que afligem a nossa sociedade, agora agravados pelos eventos extremos, causados pelas mudanças climáticas, bem como das acções a nível

    estratégico que devem ser tomadas, para eliminar estas causas e não nos perdermos num esforço inútil de combate aos sintomas, sintomas que voltarão cada vez mais de forma recorrente se não forem tomadas medidas de fundo, medidas capazes de proporcionar-nos soluções resilientes.

    E aqui chegados temos que olhar para os recursos que temos e nos questionarmos: o que é que nós podemos fazer? Nós os engenheiros, com o conhecimento e a experiencia que temos, o que é que podemos fazer, para assessorarmos os órgãos públicos, na busca das causas, na busca das raízes dos problemas que enfrentamos, a exemplo das inundações, mobilidade, habitação etc, e dos caminhos para a sua eliminação definitiva?

    Entendemos que não adianta irmos para a televisão, rádio, todos os anos, para “denunciar veementemente os culpados” , porque isto, no fundo, servirá, no máximo, para aparecermos como salvadores da pátria – salvadores que só falam mas que na verdade nada salvam.

    Não foi por acaso, que de entre os vários especialista que por aqui passaram nestes três dias , trouxemos também um dos grandes especialistas mundiais em mobilidade urbana que nos mostrou , usando experiências de outros países e a própria situação de Luanda, que só com uma abordagem sistémica da questão, poderemos resolver o problema da mobilidade urbana, trazendo mais conforto e segurança para a sociedade, desde que a apetrechemos definitivamente com infraestruturas resilientes para enfrentar, sem maiores sobressaltos, novos episódios potencialmente tão catastróficos como estes e que infelizmente, serão cada vez mais comuns.

  • As conclusões e recomendações resultantes de todas estas preciosas discussões, serão encaminhadas formalmente aos Departamentos Ministeriais, com o objectivo de apresentarmos as nossas contribuições para as políticas públicas e estratégias de desenvolvimento e proteção nacional.

    Este é o nosso verdadeiro papel e que pretendemos continuar exercendo com sobriedade e espírito cívico, na busca de soluções definitivas para os imensos problemas de nosso país e do mundo, sem nos deslumbrarmos com a fugaz notoriedade nos mídias.

    Um agradecimento especial pra a Ordem dos Engenheiros Técnicos de Portugal que tão prontamente se juntou a nós, no desafio ingente de erradicarmos os bairros com habitações precárias até 2038, oferencendo 20.000 euros como prémios, para os estudantes angolanos de engenharia e de arquitectura que em 2024 apresentem os melhores trabalhos e propostas para a erradicaçao de casas degradadas nas nossas cidades. O desafio está lançado, por isso , mãos à obra.

    Finalmente quero reiterar a nossa gratidão, à todos os prelectores, participantes e colaboradores, pela generosa partilha de conhecimentos, pela energia entusiástica e pelo compromisso demonstrados ao longo destes Congressos.

    Juntos, estamos pavimentando o caminho para uma Engenharia mais inovadora, inclusiva e sustentável.

    A todos, o nosso mais profundo agradecimento. Que possamos continuar essa jornada de descoberta e colaboração nas nossas áreas de actuação, assumindo o nosso verdadeiro papel, como profissionais de engenharia.

    Nesta senda quero terminar partilhando convosco um excerto de um poema do escritor Moçambicano Jorge Rebelo:

    “ Não Basta que seja pura e justa a nossa causa, é preciso que a pureza e a justiça existam dentro de nós”

    Muito obrigado, e até ao VIo Congresso Internacional da Ordem dos Engenheiros de

    Angola.